sexta-feira, 8 de julho de 2011

Dengue pode ter vacina até 2015


Uma nova vacina pode evitar os casos de dengue. Dois grandes laboratórios farmacêuticos estão na corrida para desenvolver o que poderá ser a solução contra o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. São positivos os primeiros resultados obtidos pelo grupo francês Sanofi Pasteur. "É a primeira vez que se chega a essa etapa clínica", garante o porta-voz do laboratório, Benoit Rungeard. "A pesquisa para uma vacina começou há mais de 60 anos e há 20 anos que nós trabalhamos nisso". 
Testes vem sendo realizados com crianças e adolescentes desde o segundo semestre de 2010 no estado do Espírito Santo e devem durar três anos. A região brasileira foi selecionada pelo índice de doentes. De acordo com informações do laboratório, os participantes são voluntários e sabem que participam dos testes. São comparados os resultados de grupos que receberam e grupos que não receberam a vacina. Esses ensaios clínicos são autorizados pelo Ministério da Saúde e acompanhados por equipes médicas locais. 
As primeiras aplicações da substância começaram a ser realizadas em 2009, em Bangcoc, na Tailândia, com quatro mil crianças. O controle de eficácia inclui experimentações ainda em outros 15 países, nas zonas mais atingidas da Ásia e América Latina. 
A última etapa deve durar até 2013 e a comercialização deve acontecer apenas em 2015. "Para nós que trabalhamos em um país tropical, cuja incidência da doença é elevadíssima como no Brasil, a grande solução para o controle da dengue somente será  com a chegada da vacina", defende Roberto Medronho, diretor do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro, estado mais atingido pela doença. 
Os riscos e a eficácia da vacina na prevenção dos cerca de 220 milhões de novos casos anuais da dengue no mundo ainda não são conhecidos. Será preciso esperar os resultados definitivos dos primeiros testes. 
Riscos 
"A vacina, como todo imuno-biológico, nunca é desprovida de efeitos adversos, entretanto para colocar uma vacina no mercado existem duas coisas fundamentalmente: que ela seja eficaz e tenha o máximo de segurança. Depois precisamos vigiar se ocorrerá algum efeito adverso em larga escala na população após a vacinação", afirma o pesquisador. 
Antes de ser testada em seres humanos, a vacina passou por teste em animais. Essa é a segunda geração da substância, pois na primeira não houve resposta satisfatória. "O problema era que ela precisava ser mais tolerada em crianças e que protegesse contra os quatro tipos de vírus da dengue, essa é a dificuldade cientifica", revela Rungeard. 

Combate


Mosquito transgênico é solto para tentar acabar com dengue

Parece o anúncio do fim da luta contra uma das doenças tropicais que mais preocupam a saúde pública: em Juazeiro, na Bahia, começaram os testes com o aedes aegypti transgênico, versão do mosquito transmissor da dengue que poderia diminuir drasticamente a incidência da doença. Para alguns especialistas, no entanto, não é bem assim – eles acreditam que a medida envolve muitos gastos e dificilmente poderá chegar a uma solução.
A esperança do projeto está no mosquito solto no ambiente. Importada pela empresa inglesa Oxitec, a espécie transgênica é capaz de produzir filhotes que morrem antes de chegar à vida adulta, quando poderiam transmitir a dengue. A pesquisadora Margareth Capurro, do Instituto de Biologia da Universidade de São Paulo (USP), explica que o projeto está na sua terceira fase, e que são liberados 33 mil mosquitos por semana no bairro de Itaberaba, na cidade baiana. Desde o início dos testes, até agora, foram soltos quase meio milhão de mosquitos modificados. Os dados são da Moscamed, instituição encarregada de testar o mosquito aqui no Brasil, junto com a USP.
Segundo o infectologista da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maulori Curié Cabral, um dos aspectos a que os pesquisadores devem ficar atentos é justamente a capacidade do aedes transgênico de competir com os mosquitos selvagens pela fêmea. 
Jornal do Brasil